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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Rastros Persistentes e Nuvens Cirrostratus. Conheça de perto esse fenômeno!


Então fica a pergunta "por que em certos dias vemos as "chemtrails" e em outros não?" Seria por que as operações de pulverização são feitas em certos dias e em outros não? Bem, tendo em vista que as trilhas que estão sendo vistas non céu e chamadas de chemtrails não são químicos deliberadamente pulverizados e sim trilhas de condensação persistente, fica mais fácil compreender o verdadeiro processo por trás do fenômeno.

Existem certos dias em que as camadas mais superiores da atmosfera, mais precisamente a região da troposfera superior, estão carregadas de umidade. Isso faz com que surjam no céu as nuvens classificadas como Cirrus (NUVENS ALTAS) das quais podemos citar as cirro-cúmulos e cirro-estratos. Estas nuvens em específico são as responsáveis pela maioria dos fenômenos ópticos e iridescentes, como halos solares, por exemplo. São nesses dias de umidade e formação de nuvens altas que é comum vermos aviões transitando em altitude de cruzeiro (11 km) e gerando trilhas de condensação persistentes. Devido a umidade saturada na alta atmosfera, os aviões, ao invés de gerar contrails curtas (que rapidamente se dissipam devido ao nível baixo de umidade), eles geram trilhas persistentes, as quais na maioria das vezes se transformam em nuvens cirro-estratos ou até mesmo cirros.

Em dias de baixa umidade na alta atmosfera (dias em que se sobressaem no céu as nuvens de classificação BAIXA, Cúmulos), os aviões transitam na região superior sem serem notados. A umidade nesses casos não é suficiente para manter a condensação, e assim as contrails logo se dissipam. Apesar de acontecer, é mais raro ver a formação de contrails persistentes em dias onde não há presença de nuvens ALTAS. Mesmo assim pode acontecer, nos casos onde não há umidade suficiente para a formação natural de nuvens altas, mas há umidade suficiente para que as turbinas gerem as trilhas. Veja que se não houvesse a passagem dos aviões, o céu se manteria limpo, mas a passagem deles força a condensação, e assim vemos um dia de céu azul cortado por trilhas persistentes (foto).

Os dias mais propícios para formação de trilhas persistentes sem dúvida alguma são os dias de formação de cirro-estratos. São as nuvens finas que cobrem a totalidade do céu, causando uma diminuição da visibilidade (foto). Como a luz atravessa os cristais de gelo que as constituem, dá-se refracção, dando origem a halos e/ou sun dogs. Na aproximação de uma forte tempestade, estas nuvens surgem muito frequentemente e portanto dão uma pista para a previsão de chuva ou neve em 12 - 24h.



Cirrostratus são nuvens altas (acima de 6 km) com a aparência de um véu muito fino, esbranquiçado e transparente, de algumas centenas de metros de espessura, que pode chegar a cobrir o céu todo. Desenvolvem-se a partir da fusão de Cirrus ou de elementos de Cirrocumulus ou também pela expansão da bigorna de uma Cumulonimbus, e são formadas por cristais de gelo.

Na aproximação de um sistema frontal, as Cirrostratus muitas vezes começam como nebulosus e posteriormente se transformam em fibratus. Se as Cirrostratus começam como fibratus, muitas vezes significa que o sistema frontal é fraco. Sua presença indica uma grande quantidade de umidade na parte superior da atmosfera.

Às vezes, as Cirrostratus sinalizam a aproximação de uma frente quente, caso elas se formem após Cirrus e se espalhem por todo o céu e, portanto, podem ser sinais de que a precipitação pode seguir nas próximas 12 a 24 horas, ou nas próximas 6 a 8 horas se a frente mover-se rápido. Cumulus humilis ou Stratocumulus são frequentemente encontradas abaixo das Cirrostratus.

Quando são seguidas de nuvens médias, anunciam muitas vezes, com 1 ou 2 dias de antecedência, a aproximação de tempestades.



Existem 4 subtipos de nuvens Cirrostratus:

Cirrostratus fibratus
Cirrostratus nebulosus
Cirrostratus undulatus
Cirrostratus duplicatus

Cirrostratus fibratus

Fibratus: é quando o véu apresenta fibras, tendo a aparência de estarem se desfiando. São semelhante às Cirrus, mas as fibras são menos destacadas. Elas são formadas a partir de ventos contínuos e fortes, soprando em altitudes elevadas. Podem se formar a partir de Cirrus spissatus ou Cirrus fibratus. Abaixo, fotos de Cirrostratus fibratus. Clique para ampliar.






Cirrostratus nebulosus

Cirrostratus Nebulosus é um tipo de cirrostratus. O nome "nebulosus" é derivado do latim, que significa "cheia de vapor, nebuloso, nublado, escuro". Cirrostratus nebulosus é uma das duas formas mais comuns de cirrostratus, com o outro sendo cirrostratus fibratus. As espécies nebulosus são mais uniformes, enquanto as espécies fibratus tem uma aparência fibrosa. Cirrostratus nebulosus são formados por ar subindo suavemente. A nuvem é muitas vezes difícil de ver, a menos que o sol brilha através dele no ângulo correto, formando um halo. Embora geralmente muito leve, a nuvem também pode ser muito densa, e a aparência exata da nuvem pode variar de uma formação para outra. No inverno, a precipitação muitas vezes segue por trás dessas nuvens; no entanto, elas não são nuvens de produção de precipitação.

Cirrostratus undulatus

Cirrostratus undulatus é uma variedade de nuvem cirrostratus. O nome undulatus é derivado do latim, que significa "diversificada como com ondas". Elas têm uma aparência ondulada devido à erosão do vento e geralmente cobrem apenas uma pequena porção do céu. Elas aparecem em bandas como pequenas manchas ou camadas. Ocasionalmente, compreendem duas ou mais formas de onda sobrepostas umas sobre as outras. As pequenas nuvens individuais pode ser circulares, ou alongada na direção das linhas.

Elas podem ser encontradas em qualquer altura acima 16.500 pés; A principal exigência é que o ar deve estar abaixo de zero graus para permitir que os cristais de gelo deem à formação cirrostratus a chance de se desenvolver. Ocasionalmente sua formação pode causar a queda de neve, isto é conhecido como o efeito de Vega, mas raramente a neve atinge o solo.

Cirrostratus duplicatus

Nuvens Duplicatus referem-se a formações distintas por sua estrutura em camadas encontradas em diferentes níveis atmosféricos. Duplicatus surgem em variedades cumuliformes ou estratiformes. Nuvens cumuliformes crescem verticalmente, assim como as nuvens cumulus, enquanto nuvens estratiformes são caracterizadas por terem desenvolvimento horizontal maciço. Duplicatus tem o seu nome extraído palavra latina que significa "dobrado, duplicado".







Abaixo seguem os registros em vídeo e foto feitos em Santa Catarina no dia 16/02/2015

Vídeo


Fotos:










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